Quando a gente pensa que viu tudo, logo descobrimos que
ainda não vimos quase nada. Um antigo apresentador de televisão de Teresina, Donizetti Adalto, que
teria sido assassinado pelo seu melhor amigo, na verdade, um amigo da onça,
costumava dizer “morro e não vejo tudo”. O apresentador que era paranaense mudou
para melhor a história do jornalismo no Piauí e pelo visto se tornou um
profeta, pois, o que dizia de quando em vez, hoje, testemunhamos no nosso
dia-a-dia na administração piauiense. Tomei conhecimento agora há pouco que a
delegacia geral teria feito uma reunião de comparecimento obrigatório com todos
os delegados na ACADEPOL em que foi requerido dos delegados que informassem
quais agentes estariam cumprindo a lei na nominada nova conduta “policia
legal”. Ora, ora, minha gente, se estivéssemos em um estado ético, a pergunta
deveria ser outra, “quais os policiais não estariam cumprindo a lei?” ou
“quais os policiais estariam à margem da lei?”. Perguntar quais policiais
estão cumprindo a lei deixa-nos ver que a regra é o não cumprimento da lei, o
que coloca toda a categoria, inclusive, os que não se acham policiais, como
infratores da lei. Bem, em sendo verdade que a maioria é infratora, também é
verdade que os delegados o são, pelo menos na conduta de prevaricar.
Gostaria de conhecer a resposta dada a indagação da delegacia geral e se os
delegados que a responderam colocaram os seus nomes como infratores, pois receber (ser pago) pelo estado por um serviço não prestado é no mínimo um grande ato de desonestidade que a lei "batiza" com vários nomes, entre os quais, improbidade administrativa. Independente de qualquer resposta, tenho certeza que a delegacia geral já sabe
quem não cumpre a lei, mas supondo o absurdo da ignorância, sugiro, com a
devida vênia, que olhem inicialmente para si, que
olhem os documentos que assinaram dando para alguns vantagens ilícitas como retribuição
de serviços que não prestaram. É muito simples e até bíblico. Devemos tirar primeiro a
trave dos nossos olhos antes de olhar o cisco no olho do próximo.