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A Polícia Civil do Piauí está morta e a sociedade está à mingua de polícia judiciária

A Polícia Civil do Piauí está morta e a sociedade está à mingua de polícia judiciária, mas as viúvas estão muito bem financeir...

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

As provas da conspiração forjada para sepultar o caso Celso Daniel


Entre o fim de janeiro e meados de março de 2002, investigadores da Polícia Federal encarregados de esclarecer o assassinato de Celso Daniel, prefeito de Santo André, gravaram muitas horas de conversas telefônicas entre cinco protagonistas da história muito mal contada: Sérgio Gomes da Silva, o “Sombra”, suposto mandante do crime, Ivone Santana, viúva da vítima, Klinger Luiz de Oliveira, secretário de Serviços Municipais de Santo André, Gilberto Carvalho, secretário de Governo, e Luiz Eduardo Greenhalgh, advogado-geral do PT. Todos sabiam da existência da fábrica de dinheiro sujo instalada na prefeitura para financiar campanhas do partido.

As 42 fitas resultantes da escuta foram encaminhadas ao juiz João Carlos da Rocha Mattos. Em março de 2003, pouco depois da posse do presidente Lula, Rocha Mattos alegou que as gravações haviam sido feitas sem autorização judicial e ordenou que fossem destruídas. Em outubro de 2005, condenado à prisão por venda de sentenças, o juiz revelou a VEJA (confira a reportagem na seção Vale Reprise)

que os diálogos mais comprometedores envolviam Gilberto Carvalho, secretário-particular de Lula entre janeiro de 2003 e dezembro de 2010 e hoje secretário-geral da Presidência da República. “Ele comandava todas as conversas, dava orientações de como as pessoas deviam proceder. E mostrava preocupação com as buscas da polícia no apartamento de Celso Daniel”.

Em abril de 2011, depois de ter cumprido pena por venda de sentenças, Rocha Mattos reiterou a acusação em escala ampliada. “A apuração do caso do Celso começou no governo FHC”, afirmou. “A pedido do PT, a PF entrou no caso. Mas, quando o Lula assumiu, a PF virou, obviamente. Daí, ela, a PF, adulterou as fitas, eu não sei quem fez isso lá. A PF apagou as fitas, tem trechos com conversas não transcritas. O que eles fizeram foi abafar o caso, porque era muito desgastante, mais que o mensalão. O que aconteceu foi que o dinheiro das companhias de ônibus, arrecadados para o PT, não estava chegando integralmente a Celso Daniel. Quando ele descobriu isso, a situação dele ficou muito difícil. Agentes da PF manipularam as fitas de Celso Daniel. A PF fez um filtro nas fitas para tirar o que talvez fosse mais grave envolvendo Gilberto Carvalho”.

Escaparam da queima de arquivo algumas cópias que registram diálogos desidratados dos trechos com altíssimo teor explosivo. Ainda assim, o que se ouve escancara a conspiração forjada pelos grampeados para bloquear o avanço das investigações e enterrar o caso na vala dos crimes comuns. Somadas, as vozes revelam a alma do bando de comparsas que, em vez de indignar-se com a execução brutal de Celso Daniel, só pensa em livrar da cadeia o companheiro Sombra e, simultaneamente, livrar-se do abraço de afogado do suspeito decidido a afundar atirando. Vale a pena conferir seis áudios resgatados pela coluna. Os diálogos gritam que os donos das vozes se juntaram para impedir o esclarecimento de um crime gravíssimo.

Áudio 1
Luiz Eduardo Greenhalgh diz a Gilberto Carvalho que é preciso evitar que João Francisco, um dos irmãos de Celso Daniel, “destile ressentimentos” no depoimento que se aproxima. “Pelo amor de Deus, isso é fundamental!”, inquieta-se Carvalho.



Áudio 2
Um interlocutor não identificado elogia Ivone Santana pela entrevista concedida ao jornal Folha de S. Paulo e incentiva a viúva a repetir a performance no programa de Hebe Camargo. Alegre, a viúva informa que vai fazer o reconhecimento das roupas da vítima. Do outro lado da linha, a voz pergunta como “o cara” estava vestido. O cara é o marido de Ivone morto dias antes.



Áudio 3: À beira de um ataque de nervos, Sombra cobra de Klinger um imediata operação de socorro. Sobressaltado com o noticiário jornalístico, exige que Gilberto Carvalho trate imediatamente de “armar alguma coisa”.



Áudio 4: Klinger diz a Sombra que Gilberto Carvalho está preocupado com o teor do iminente depoimento do companheiro acusado de ter ordenado a morte do prefeito. Sugere um encontro entre os três para combinar o que será dito. No fim da conversa, os parceiros comemoram a prisão de um suspeito.



Áudio 5: Gilberto Carvalho cumprimenta Ivone Santana pela boa performance em entrevistas e depoimentos. Carvalho acha que as declarações mudarão o rumo das investigações.



Áudio 6: A secretária de Klinger transmite a Gilberto Carvalho rumores segundo os quais a direção nacional do PT pretende manter distância do caso “para não respingar nada”. Carvalho nega e encerra o diálogo com uma observação ambígua: é nessas horas que se percebe quem são os verdadeiros amigos.





Em vez de exigir o esclarecimento da morte do amigo, Gilberto Carvalho resolveu matar as investigações no nascedouro. Por que agiu assim? Ele poderá responder também a essa pergunta na entrevista ao site de VEJA.


domingo, 16 de dezembro de 2012

Dilapidação da PETROBRAS orquestrada pelo Partido dos Traidores


Entenda a tramoia e a desgraça que um partido e uma pessoa podem fazer com o patrimônio do povo brasileiro sem que ninguém grite e seja preso. A reportagem a seguir foi publicada em um  blog da VEJA e é de autoria de Reinaldo Azevedo. Leia com atenção, tire suas conclusões e se lembre disso todo dia, lembre-se nas próximos eleições e quando pensar em defender alguém daquela horda.
Por Wagner Leite

15/12/2012 às 20:56


É do balacobaco!

Desde que Sérgio Gabrielli, o buliçoso ex-presidente da Petrobras, deixou a empresa, os esqueletos não param de pular do armário. A presidente Dilma Rousseff o pôs para correr. Ele se alojou na Secretaria de Planejamento da Bahia e é tido como o provável candidato do PT à sucessão de Jaques Wagner. Dilma, é verdade, nunca gostou dele, desde quando era ministra. A questão pessoal importa menos. Depois de ler o que segue, é preciso responder outra coisa: o que ela pretende fazer com as lambanças perpetradas na Petrobras na gestão Gabrielli? Uma delas, apenas uma, abriu um rombo na empresa que passa de UM BILHÃO DE DÓLARES. Conto os passos da impressionante reportagem de Malu Gaspar na VEJA desta semana. Prestem atenção!

1: Em janeiro de 2005, a empresa belga Astra Oil comprou uma refinaria americana chamada Pasadena Refining System Inc. por irrisórios US$ 42,5 milhões. Por que tão barata? Porque era considerada ultrapassada e pequena para os padrões americanos.

2: ATENÇÃO PARA A MÁGICA – No ano seguinte, com aquele mico na mão, os belgas encontraram pela frente a generosidade brasileira e venderam 50% das ações para a Petrobras. Sabem por quanto? Por US$ 360 milhões! Vocês entenderam direitinho: aquilo que os belgas haviam comprado por US$ 22,5 milhões (a metade da refinaria velha) foi repassado aos “brasileiros bonzinhos” por US$ 360 milhões. 1500% de valorização em um aninho. A Astra sabia que não é todo dia que se encontram brasileiros tão generosos pela frente e comemorou: “Foi um triunfo financeiro acima de qualquer expectativa razoável”.

3 – Um dado importante: o homem dos belgas que negociou com a Petrobras éAlberto Feilhaber, um brasileiro. Que bom! Mais do que isso: ele havia sido funcionário da Petrobras por 20 anos e se transferiu para o escritório da Astra nos EUA. Quem preparou o papelório para o negócio foi Nestor Cerveró, à frente da área internacional da Petrobras. Veja viu a documentação. Fica evidente o objetivo de privilegiar os belgas em detrimento dos interesses brasileiros. Cerveró é agora diretor financeiro da BR Distribuidora.

Calma! O escândalo mal começouSe você acha que o que aconteceu até agora já dá cadeia, é porque ainda não sabe do resto.

4 – A Pasadena Refining System Inc., cuja metade a Petrobras comprou dos belgas a preço de ouro, vejam vocês!, não tinha capacidade para refinar o petróleo brasileiro, considerado pesado. Para tanto, seria preciso um investimento de mais US$ 1,5 bilhão! Belgas e brasileiros dividiriam a conta, a menos que…

5 – … a menos que se desentendessem! Nesse caso, a Petrobras se comprometia a comprar a metade dos belgas — aos quais havia prometido uma remuneração de 6,9% ao ano, mesmo em um cenário de prejuízo!!!

6 – E não é que o desentendimento aconteceu??? Sem acordo, os belgas decidiram executar o contrato e pediram pela sua parte, prestem atenção, outros US$ 700 milhões. Ulalá! Isso foi em 2008. Lembrem-se que a estrovenga inteira lhes havia custado apenas US$ 45 milhões! Já haviam passado metade do mico adiante por US$ 360 milhões e pediam mais US$ 700 milhões pela outra. Não é todo dia que aparecem ou otários ou malandros, certo?

7 – É aí que entra a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff,então presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Ela acusou o absurdo da operação e deu uma esculhambada em Gabrielli numa reunião.DEPOIS NUNCA MAIS TOCOU NO ASSUNTO.

8 – A Petrobras se negou a pagar, e os belgas foram à Justiça americana, que leva a sério a máxima do “pacta sunt servanda”. Execute-se o contrato. APetrobras teve de pagar, sim, em junho deste ano, não mais US$ 700 milhões, mas US$ 839 milhões!!!

9 – Depois de tomar na cabeça, a Petrobras decidiu se livrar de uma refinaria velha, que, ademais, não serve para processar o petróleo brasileiro. Foi ao mercado. Recebeu uma única proposta, da multinacional americana Valero. O grupo topa pagar pela sucata toda US$ 180 milhões.

10 – Isto mesmo: a Petrobras comprou metade da Pasadena em 2006 por US$ 365 milhões; foi obrigada pela Justiça a ficar com a outra metade por US$ 839 milhões e, agora, se quiser se livrar do prejuízo operacional continuado, terá de se contentar com US$ 180 milhões. Trata-se de um dos milagres da gestão Gabrielli: como transformar US$ 1,199 bilhão em US$ 180 milhões; como reduzir um investimento à sua (quase) sétima parte.

11 – Graça Foster, a atual presidente, não sabe o que fazer. Se realizar o negócio, e só tem uma proposta, terá de incorporar um espeto de mais de US$ 1 bilhão.

12 – Diz o procurador do TCU Marinus Marsico: “Tudo indica que a Petrobras fez concessões atípicas à Astra. Isso aconteceu em pleno ano eleitoral”.

13 – Dilma, reitero, botou Gabrielli pra correr. Mas nunca mais tocou no assunto.

Encerro
Durante a campanha eleitoral de 2010, o então presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, fez propaganda de modo explícito, despudorado. Chegou a afirmar, o que é mentira descarada, que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, durante a sua gestão, tinha planos de privatizar a Petrobras.

Leram o que vai acima? Agora respondam: quem privatizou a Petrobras? E noto, meus caros: empresas privadas não são tratadas desse modo porque seus donos ou acionistas não permitem. A Petrobras, como fica claro, foi privatizada, sim, mas por um partido. Por isso, foi tratada como se fosse terra de ninguém.

Por Reinaldo Azevedo

domingo, 9 de dezembro de 2012

Presidente do PT descarta expulsão de condenados no mensalão

O presidente do PT, Rui Falcão, afirmou neste sábado (8) que o partido não vai expulsar os petistas condenados no processo do mensalão. O Diretório Nacional do partido, reunido neste sábado em Brasília, disse o dirigente, não considera os crimes atribuídos a eles como "infamantes" e reitera que a condenação do Supremo Tribunal Federal teve viés político.

No julgamento, foram condenados dois ex-presidentes do PT, José Dirceu e José Genoino; o ex-tesoureiro Delúbio Soares; e o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha. Exceto Genoino, todos deverão iniciar o cumprimento da pena em regime fechado.

Rui Falcão disse ainda que há militantes do partido dispostos a contribuírem voluntariamente com o pagamento das multas estabelecidas aos condenados no mensalão.

"Até porque os companheiros não têm recursos para pagarem essas multas totalmente desproporcionais aos crimes que lhe são imputados", disse Falcão, que também disse estar disposto a contribuir.

O artigo 231 do Estatuto do PT, aprovado em fevereiro deste ano, prevê que serão expulsos do partido membros condenados por "crime infamante ou por práticas administrativas ilícitas", com sentença transitada em julgado, como é o caso do processo do mensalão.

Não existe na legislação penal brasileira tipificação para crime "infamante", mas no meio jurídico, são considerados assim delitos que causem desonra ou maior reprovação social de quem os praticou.

Questionado sobre o motivo da exceção, Rui Falcão afirmou que o diretório considera que "não houve compra de votos nem tampouco aplicação de recursos públicos".

"Quem aplica o estatuto do partido é a direção do partido. Não vemos primeiro nenhum crime infamante, que é o que diz o estatuto e segundo nós questionamos o caráter político do julgamento do STF", afirmou Rui Falcão.

Falcão afirmou que os petistas condenados "seguem sua vida normalmente com todos os direitos partidários assegurados".

Dirceu 'satisfeito'

O presidente do PT disse ainda que o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu - apontado pelo STF como o "mandante" do esquema do mensalão - , está "satisfeito" com a defesa do partido aos filiados condenados e a apoio dado a eles. Dirceu esteve nas reuniões do Diretório, mas entrou e saiu pela garagem.

"[José Dirceu] está satisfeito com a defesa que o partido tem feito dos filiados condenados injustamente", disse Falcão. "Ele prosseguirá com suas reuniões, seus encontros, como vem fazendo até hoje".

Perda de mandatos

O presidente do PT também se manifestou sobre a discussão, em curso no STF, sobre a perda de mandatos de deputados condenados no mensalão. Para Falcão, cabe à Câmara abrir processo e decidir sobre o futuro de João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar da Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT).

"Acho que a Constituição defere ao Congresso Nacional o direito de cassar ou não mandatos [...] Sou favorável que o Congresso Nacional, conforme dispõe a Constituição, resolva se cassa ou não os mandatos", disse.

Na última quinta, o relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, e o revisor da ação penal, Ricardo Lewandowski, divergiram sobre o assunto. Para Barbosa, a decisão do Supremo é definitiva; para Lewandowski, precisa passar pela deliberação da Câmara.

A definição sobre o que ocorrerá deverá ser estabelecida na sessão desta segunda do julgamento, quando os demais ministros votarão sobre a questão.

Operação Porto Seguro

O presidente do PT negou que os desdobramentos da Operação Porto Seguro, deflagrada no mês passado pela Polícia Federal, "respingue" no partido. A investigação, entregue nesta sexta (6) à Justiça, desvendou um suposto esquema de venda de pareceres técnicos do governo a empresas privadas.

"Nós já dissemos em outras ocasiões que [os indiciados] são militantes com ação isolada e que o partido não convalida esse tipo de prática pela qual estão sendo denunciados", afirmou Falcão. Entre os indiciados, está a ex-chefe de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo Rose Noronha, próxima do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de José Dirceu.

Rui Falcão negou que o curto prazo para a conclusão do inquérito tenha beneficiado o partido. "O PT não tem a ver com investigação da Polícia Federal, que faz seu trabalho regularmente e fixa os prazos para continuidade e encerramento dos inquéritos", disse.

Ele negou também que o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, tenha procurado o PSDB em busca de apoio contra uma possível instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o tema. "Não tenho essa informação. Acho que o presidente Lula em nenhum momento se envolveu nessa investigação", afirmou.

Falcão disse desconhecer que tenha havido uma blindagem a Rosemary durante as investigações.

O presidente disse ainda ser "mentirosa" uma reportagem publicada na edição deste sábado da revista "Veja", a qual atribui a Rui Falcão a ordem para beneficiar o ex-senador Gilberto Miranda em processos na AGU.

"É uma matéria mentirosa. Eu fui procurado, neguei, e o jornalista não registrou minha negativa. Não conheço Paulo Vieira [ex-diretor de Hidrologia da Agência Nacional de Águas, apontado como chefe do grupo], nunca falei com ele", disse.

Fonte: G1

sábado, 8 de dezembro de 2012

Reinaldo Azevedo, portador de deficiência, acusa a vaia injusta que Dilma recebeu; eu poderia vaiá-la também, mas por outros motivos. Ou: Deficientes, como eu, também podem ler Platão e Descartes! Mal não faz!




É complicado viver em tempos politicamente corretos e intelectualmente estúpidos. Grupos sociais, minorias, correntes organizadas de opinião etc. se consideram donas da linguagem e das palavras. Danem-se a etimologia, a gramática, o dicionário, qualquer coisa que remeta ao universo objetivo da linguagem. Se eles acharem que determinado vocábulo tem sentido pejorativo, então tem. Não lhes basta reivindicar proteção, direitos especiais ou reparação, tudo compreensível e só raramente ilegítimo. Apropriam-se também do domínio da linguagem e passam a impor a sua vontade – ainda que contra os fatos, a história, a etimologia, a gramática, o dicionário… Viram juízes das palavras. A PLC 122, a tal lei contra a homofobia, também tem este aspecto absurdo: cria uma polícia da linguagem sob o pretexto de proteger direitos. 

Vamos ver. Este que lhes fala é “portador” de dois buracos no crânio – ou, se quiserem, sou um não portador de dois pedaços de ossos correspondentes que deveriam estar lá; deveriam, bem entendido, segundo o que se dá com a maioria, que tem o crânio intacto. 

Apareceram dois tumores no meu cocuruto, e lá se me foram dois pedaços da cabeça, numa cirurgia simpaticamente chamada de “craniectomia”. Uma das falhas de que sou portador é coberta pelo cabelo; a outra é visível, no alto da testa, no centro da cachola. Nos debates da VEJA.com, ele se mostra em seu esplendor. Pode lembrar um golfinho. Mas não me peçam para fazer momices, como Flipper, hehe… Não rola. Depois de dois uísques, talvez eu declame alguma coisa, mas só a pedidos… insistentes! 

Há até uma história curiosa sobre isso. Um senhor, já coroa, desses leitores que não gostam de mim – é raro, mas os há, rá, rá, rá – enviou-me certa feita uma mensagem eivada de ofensas, coisas grotescas mesmo. Num dado momento, ele afirmou que os tumores só apareceram na minha cabeça porque eu não fumava maconha. A história está em arquivo. Mais tarde, ele se tornou, acreditem!, blogueiro oficial do Planalto, na gestão Lula. Sim, o sujeito que me acusou de ser o responsável pelos meus próprios tumores (por não fumar maconha) virou blogueiro de Lula. Essa gente pode me espantar, sim, mas não me surpreende. Volto ao ponto. 

Nesta terça, a presidente Dilma Rousseff participou da Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiências. Eu poderia, por óbvio, estar lá. Mas estou aqui… Dilma decidiu exaltar a tecnologia inclusiva que dá “melhores oportunidades para portadores de deficiências”. Foi vaiada. É proibido falar assim, fiquei sabendo hoje. Dilma também só descobriu isso nesta terça. 

O jeito correto, senhores leitores, de vocês se referirem a nós é outro. Ela foi alertada a tempo pela assessoria e mandou brasa: 

“Desculpa, eu quis dizer ‘pessoas com deficiência’. Eu entendo que vocês tenham esse problema. Portador não é muito humano, né? Pessoa é”.

Aí foi aplaudida! Pois é… Os petralhas dizem que os médicos arrancaram um pedaço do meu cérebro quando extirparam os dois tumores do crânio, mas acho que dizem isso só porque não me amam, embora sejam viciados em mim. Euzinho aqui, “a nível de pessoa com deficiência” (hehe…), não gostei mesmo foi da segunda intervenção de Dilma. A primeira me pareceu ok, ué. Que filólogo, etimologista, gramático ou especialista em linguagem decidiu que “portador” é coisa negativa? Se há alguma diferença entre “portador de deficiência” e “pessoas com deficiência”, eu diria que a balança pode pesar a favor da primeira expressão. 

Ora, nada impede portadores de deficiência de ler Platão ou Descartes, por exemplo. Eu leio sempre, mesmo portando buracos extras na cabeça. Procuro dar eficiência máxima ao que me resta de dois dos orifícios regulares, os olhos – que nunca prestaram, com uma miopia de fazer inveja ao Mr. Magoo. Ora, aquilo que “porto“ não sou eu em essência, não me define. Aquilo que porto é só uma realidade contingente, uma expressão, digamos, do mundo das sombras. No mundo das ideias, hehe, sou perfeito, como qualquer um. Ou minha alma já teve acesso à verdade, e tudo o que aprendo são reminiscências (Platão) ou, melhor ainda, já nasci com algumas verdades inatas, postas na minha mente por Deus (Descartes). Assim, pouco importa se me falta a perna, se me falta o braço, se me faltam pedaços do crânio, defino-me como humano. 

Portar uma deficiência, pois, é bem menos definidor do que sou do que me apresentar como uma “pessoa com deficiência”. Nesse caso, essa preposição mais esse substantivo se juntam para formar uma locução adjetiva e alterar a própria natureza do substantivo. A pessoa a quem falecem características que assistem a maioria só será igual, sendo diferente, se “portar a deficiência”, não se for uma “com deficiência”. Portar uma deficiência é um acidente no sujeito, que não muda a sua essência, que será sempre completa; ser um “com deficiência” integra a essência do sujeito. O que querem os deficientes e toda gente que se mobiliza contra preconceitos? 

Os portadores de deficiência ou pessoas com deficiência não são donas da linguagem, não! Não são donas da palavra. Nem essa minoria, que agora integro, nem outra chamada “minoria sociológica” qualquer: mulheres, gays, negros etc. 

Eu poderia vaiar Dilma por uma porção de motivos – por esse, jamais! “A nível de pessoa” com deficiência, eu não gostei foi de sua segunda intervenção. Parece-me, aí sim, que ela optou por infantilizar o público que a ouvia, por tratá-lo com certa condescendência piedosa, usando, o que não lhe é raro, as palavras de maneira mais ou menos desastrada. Depois da vaia injustificada, para triunfo da lógica, veio o aplauso injustificado. 

Ninguém, pessoa com deficiência ou não, tem o direito de impor ao outro a sua ignorância como medida de correção política. 
Por Reinaldo Azevedo

Para instruir a canalha ignorante. O gênio e o idiota em imagens


Esta é a Universidade de Constantine, em Argel, na Argélia. A obra, independentemente do ambiente político que a cerca, que não é bom, é a prova do que pode o gênio humano. Foi projetada por Oscar Niemeyer e é, na minha opinião, um de seus mais belos trabalhos.




Mas…Mas há os fatos. E não me importo em instruir os ignorantes. As reportagens das TVs e dos portais estão fazendo do “comunismo” de Niemeyer uma dimensão de sua generosidade. Como sabemos, ele achava Stálin um “líder fantástico”.


A partir de 1930, o dirigente soviético promove a coletivização forçada do campo. Isso implicava, como política de estado, a destruição dos “kulaks como classe”, a saber: dos camponeses que ainda eram proprietários de terras. Não, nem se tratava de latifundiários: era gente que produzia para a sua sobrevivência e que vivia da venda do excedente.


O principal alvo foram as terras férteis da Ucrânia. Stálin, o grande humanista de Niemeyer, decretou a expropriação de toda a produção rural e a coletivização da terra. Os camponeses resistiram. Morreram assassinadas ou de fome, nesse período, entre cinco milhões e sete milhões de pessoas. Segundo Niemeyer, “a revolução era mais importante”.


Abaixo, reproduzo um trecho da página 70 do livro “Stálin – A Corte do Czar Vermelho”, do respeitado historiador Simon Sebag Montefiore (Companhia das Letras). Vão se instruir, vagabundos!!! Era este homem que Niemeyer cultuou até o fim da vida como exemplo do humanismo comunista. Depois do texto, algumas fotos.

*

(…)

Em janeiro de 1930, Molotov planejou a destruição dos kulaks, que foram divididos em três categorias: “primeira categoria [...] a ser eliminada imediatamente”; a segunda deveria se aprisionada em campos de trabalho; a terceira, 150 mil famílias, deveria ser deportada. Molotov supervisionava os esquadrões da morte, os trens, os campos de concentração, como um comandante militar. Entre 5 e 7 milhões de pessoas caíram nas três categorias. Não havia maneira de selecionar um kulak (…).


Durante 1930-31, cerca de 1,68 milhão de pessoas foram deportadas para o Leste e o Norte. Em poucos meses, o plano de Stálin e Molotov levara a 2.200 rebeliões envolvendo mais de 800 mil pessoas. Kaganóvicth e Mikoian comandaram expedições ao campo com brigadas de soldados da OGPU e trens blindados como se fossem senhores da guerra. Suas cartas manuscritas a Stalin estão marcadas pela emoção fraternal de sua guerra, pelo aperfeiçoamento humano contra os camponeses desarmados: “Tomando todas as medidas quanto a alimentos e grãos”, relatou Mikoian a Stálin, citando a necessidade de acabar com os “sabotadores”: “Enfrentamos grande resistência [...]. Precisamos destruir a resistência”.


No álbum de fotografias de Kaganóvitch, o vemos indo para a Sibéria com o seu pelotão armado de facínoras de jaqueta de couro interrogando camponeses, investigando suas pilhas de feno, descobrindo os grãos, deportando os acusados e avançando novamente, exausto, caindo no sono entre paradas. “O trabalho de Molotov é realmente duro e muito cansativo”, contou Mikoian a Stálin: “O volume de trabalho é tão vasto que precisa de cavalos-vapor”.

(…)


VolteiStálin era tão obcecado pelos campos de concentração que andava com uma caderneta no bolso, que trazia a sua localização, quantidade pessoas etc. A inteligência não é incompatível com a canalhice intelectual. O escritor Máximo Gorki, comunista de carteirinha, visitou alguns em companhia do grande líder.


Abaixo, fotos dos corpos que os homens de Stálin foram deixando por onde passavam no processo de coletivização da agricultura. Retomo depois.












Na foto abaixo, os homens de Stálin em ação nas terras férteis da Ucrânia, com seus comboios que iam sequestrando a produção agrícola. A ordem, a depender da área, era não deixar com os camponeses nem mesmo o suficiente para a sua subsistência. Matá-los de fome era uma determinação. Como é mesmo, Niemeyer: “A revolução era mais importante”.




Aqui, mais uma obra de Niemeyer: a Catedral de Brasília. Por isso separei o gênio do idiota; por isso separei o homem que celebrava a vida do homem que celebrava a morte. Sou um humanista.




Perguntem a Ricardo Boechat o que ele pensa a respeito. Perguntem a outros de sua espécie o que há de grandioso e heroico em tudo isso. Se Niemeyer admirasse Hitler, certamente não tentariam salvar do lixo nem mesmo a sua obra. Stálin só viria a ser superado em cadáveres por outro dos heróis do arquiteto: Mao Tsé-tung. O bigodudo matou uns 40 milhões. O tirano chinês quase dobrou a aposta: 70 milhões.


Ninguém quer tocar no assunto? Eu toco. Vejam de novo a catedral e o que pode o gênio humano. Niemeyer fez uma bela catedral sem acreditar em Deus. Não era preciso crer para ser bom. Niemeyer, no entanto, acreditava em Stálin e seus métodos.


E eu lembrei as duas coisas. 

Por Reinaldo Azevedo

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Desabafo de um trabalhador de Segurança Pública

Ainda existem aqueles que não temem fazer o certo ainda que seja contra alguém que se acha intocável. Parabéns a estes raros cidadãos. Isso mostra que polícia é muito mais do que truculência. É muito mais que armas e prisões. Mostra que policiais também são humanas e vítimas da insensibilidade de magistrados e promotores.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Governo do PT retribui com discriminação os milhões de votos que recebeu no Nordeste



Os governos do PT estão sempre na vanguarda no que de pior existe no Brasil. Os exemplos são muitos – MENSALÃO, TRAGÉDIA DA BARRAGEM DE ALGODÕES, GOLPE NOS APOSENTADOS, GOLPE NOS FUTUROS APOSENTADOS, GOLPE NOS PENSIONISTAS, MAIOR CARGA TRIBUTÁRIA DA HISTÓRIA DO BRASIL, QUEBRA DE SIGILOS, ASSASSINATOS COMO O DO PREFEITO CELSO DANIEL, FECHAMENTO DE VÁRIAS ESCOLAS NO PIAUÍ, QUOTAS DISCRIMINATÓRIAS, ACHATAMENTO DOS SALÁRIOS DOS POLICIAIS CIVIS DO PIAUÍ, OLIGARQUIA DITATORIAL, ELEVAÇÃO DA CLASSE DE DELEGADOS A CONDIÇÃO DE PRIVILEGIADÍSSIMOS e outras tantas mazelas. Por último, o golpe do pré-sal, obra de LULA e agora de DILMA, a favor do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, e contra todo o Brasil, principalmente contra o Nordeste que votou em massa em sua “excelência”. Imagino que essa seja uma forma pedagógica e descarada de dizer para os eleitores que eles não sabem votar, não sabem escolher seus representantes. O Nordeste que elegeu LULA, DILMA, WELLINGTON, DEDA e outros tantos PETRALHAS, como diria Reinaldo Azevedo, recebe mais uma vez a gratidão do presidente, ou melhor, da presidente, vetando o pré-sal e passando-nos a mensagem que somos menos importantes do que os nascidos no RJ ou ES e que por isso mesmo estamos fadados à miséria eterna, estamos fadados a morrer de sede e de fome, estamos fadados a ter a pior educação do país, a pior saude do país. Essa, certamente, não é a isonomia desejada pelo constituinte de 1988, essa não é a equidade determinada pelo constituinte de 1988. Essa sim é a isonomia e a equidade que o PT deseja para todos do NORTE e do NORDESTE do Brasil que só têm servido para colocar canalhas no poder e pouquíssimos cidadãos. Seria bom se todos dessas regiões lembrassem-se do dia do veto do pré-sal nas próximas eleições, mas a memória do brasileiro do Nordeste tem-se demonstrado curta.
Os argumentos da presidente para vetar o pré-sal, que certamente não foram redigidos por ela, que não entende patavina de Direito, mas pelo Ministro da Justiça, que até entende de Direito, todavia, assim como Carl Schmitt, guardadas as devidas proporções, serve a um governo do tipo a que serviu Schmitt, nazista, no caso brasileiro, nazista dissimulado. Os argumentos que sustentaram o veto estão arrimados no inciso XXXVI do artigo 5º e no §1º do artigo 20 da Magna Carta que foram distorcidos para atender a necessidade dos canalhas do planalto e que não perderei tempo para explicar porque foram distorcidos, uma vez que está evidente. O veto bem que poderia ter sido político, já que pode ser de dois tipos – POLÍTICO e JURÍDICO, todavia para ocultar a verdade mais uma vez por não ter explicação razoável para o Nordeste que elegeu os TRAIDORES DO POVO E DAS CAUSAS SOCIAIS, engendraram um monstrengo e o batizaram de veto jurídico, quando na verdade, a razão foi eminentemente política. Na verdade, os argumentos do veto são equivocados e contrários à Constituição, e para isso poderia citar vários dispositivos para sustentar a minha tese, mas vou restringir-me apenas ao art. 3º da Constituição Federal, que é o bastante para sustentar o desejo e a necessidade dos nordestinos.
O artigo 3º da Constituição Federal elenca um rol de princípios – ali chamados de objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, os quais os argumentos do veto feriram de morte, e que por isso, estão eivados de inconstitucionalidade, eivados de desobediência ao mandamento constitucional. O artigo 3º diz que são objetivos do Brasil construir uma sociedade justa e solidária, garantir o desenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a marginalização, reduzir as desigualdades sociais e regionais, promover o bem de todos sem preconceito, inclusive, de origem – mandamentos que o veto joga no lixo sustentados em argumentos, pífios e nazistas. É claro que o veto contraria tudo que diz o art. 3º da Constituição do Brasil, mas os PETRALHAS não são dados a cumprir as leis. Lembram-se do MENSALÃO ou de ALGODÕES em que o governo petista contrariando parecer técnico do Corpo de Bombeiros, enviou centenas de pobres para a morte? Ora, fico imaginando o que pode ter passado pela cabeça desses PILATOS quando leram no art. 3º - erradicar a pobreza, se é que leram. É bem capaz que tenham interpretado como matar os pobres do nordeste. Quem sabe o que passa pela cabeça dessa gente além de se dar bem com o erário público? Quem sabe o que passa pela cabeça dessa gente além de abraçar os nordestinos no período eleitoral e de ferrá-los no seu dia a dia?
Wagner Leite

Secretaria de Segurança vai soltar presos para conter superlotação de Ciops - Cidades DF - Correio Braziliense

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Jornal decide contar ao leitor o que os jornalistas e o governo sabiam há muito: Lula e Rosemary, no centro do novo escândalo, eram amantes desde 1993

Um homem público ter uma amante é ou não assunto relevante? Nos EUA, basta para liquidar uma carreira política, como estamos cansados de saber. Foi um caso extraconjugal que derrubou o todo-poderoso da CIA e quase herói nacional David Petraeus.

Desde quando estourou o mais recente escândalo da República, todos os jornalistas que cobrem política e toda Brasília sabiam que Rosemary Nóvoa Noronha tinha sido — se ainda é, não sei — amante de Lula. Assim define a palavra o Dicionário Houaiss: “Amante é a pessoa que tem com outra relações sexuais mais ou menos estáveis, mas não formalizadas pelo casamento; amásio, amásia”.

Embora a relação fosse conhecida, a imprensa brasileira se manteve longe do caso. Quando, no entanto, fica evidente que a pessoa em questão se imiscui em assuntos da República em razão dessa proximidade e está envolvida com a nomeação de um diretor de uma agência reguladora apontado pela PF como chefe de quadrilha, aí o assunto deixa de ser “pessoal” para se tornar uma questão de interesse público.

O caso, com todos os seus lances patéticos e sórdidos, evidencia a gigantesca dificuldade que Lula sempre teve e tem de distinguir as questões pessoais das de Estado. Como se considera uma espécie de demiurgo, de ungido, de super-homem, não reconhece como legítimos os limites da ética, do decoro e das leis.

Outro dia me enviaram um texto oriundo de um desses lixões da Internet em que o sujeito me acusava de “insinuar”, de maneira que seria espúria, uma relação amorosa entre Rose e Lula. Ohhh!!! Não só isso: ao fazê-lo, eu estaria, imaginem vocês!, desrespeitando Marisa Letícia, a mulher com quem o ex-presidente é casado. Como se vê, respeitoso era levar Rose nas viagens a que a primeira-dama não ia e o contrário.

Mas isso é lá com eles. A Rose que interessa ao Brasil é a que se meteu em algumas traficâncias em razão da intimidade que mantinha com “o PR”. Lula foi o presidente legítimo do Brasil por oito anos. A sua legitimidade para nos governar não lhe dava licença para essas lambanças. Segue trecho da reportagem da Folha . Volto para encerrar.

*
A influência exercida pela ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, no governo federal, revelada em e-mails interceptados pela operação Porto Seguro, decorre da longa relação de intimidade que ela manteve com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Rose e Lula conheceram-se em 1993. Egressa do sindicato dos bancários, ela se aproximou do petista como uma simples fã. O relacionamento dos dois começou ali, a um ano da corrida presidencial de 1994.

À época, ela foi incorporada à equipe da campanha ao lado de Clara Ant, hoje auxiliar pessoal do ex-presidente. Ficaria ali até se tornar secretária de José Dirceu, no próprio partido. Marisa Letícia, a mulher do ex-presidente, jamais escondeu que não gostava da assessora do marido. Em 2002, Lula se tornou presidente. Em 2003, Rose foi lotada no braço do Palácio do Planalto em São Paulo, como “assessora especial” do escritório regional da Presidência na capital. Em 2006, por decisão do próprio Lula, foi promovida a chefe do gabinete e passou a ocupar a sala que, na semana retrasada, foi alvo de operação de busca e apreensão da Polícia Federal.

Sua tarefa era oficialmente “prestar, no âmbito de sua atuação, apoio administrativo e operacional ao presidente da República, ministros de Estado, secretários Especiais e membros do gabinete pessoal do presidente da República na cidade de São Paulo”. Quando a então primeira-dama Marisa Letícia não acompanhava o marido nas viagens internacionais, Rose integrava a comitiva oficial. Segundo levantamento da Folha tendo como base o “Diário Oficial”, Marisa não participou de nenhuma das viagens oficiais do ex-presidente das quais Rosemary participou.

(…)

Procurado pela Folha, o porta-voz do Instituto Lula, José Chrispiniano, afirmou que o ex-presidente Lula não faria comentários sobre assuntos particulares.

EncerroComo se vê, Lula considera Rosemary um “assunto particular”, o que soa como confissão. Só que ela era chefe de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo. O Brasil pagava o salário do “assunto particular” do Apedeuta. Ainda assim, ela poderia ter sido uma funcionária exemplar. Não parece o caso…

É um modo de ver a República. O mesmo Lula que classifica a chefe de gabinete da Presidência em São Paulo de “assunto particular” não distingue a linha que separa o interesse público de seus impulsos privados.

PS – Não deixem que a sordidez da história contamine os comentários. Há sempre o risco de se ultrapassar a linha do decoro em temas assim. Façam o que Lula não fez.

Por Reinaldo Azevedo