Uma audiência pública na ALEPI sobre
unificação de polícias revelou a mediocridade de autoridades no Estado do
Piauí. A audiência da Câmara dos Deputados aconteceu no plenarinho da
Assembleia Legislativa do Piauí no dia 19 de agosto e o que testemunhei
trouxe-me a certeza de que os políticos decidirão sozinhos o modelo de polícia
que teremos e a própria questão do ciclo completo, que é o caso em que uma
mesma polícia terá as atribuições de polícia preventiva e repressiva, isto é,
cada polícia fará tudo, o que não precisa ser nenhum gênio para entender que
isso significará a extinção da polícia civil, que é polícia de estado, ao
contrário da polícia militar que tem sido uma polícia de governo. Na audiência,
cada pessoa inscrita para falar tinha o tempo de seis minutos, acrescidos de
mais dois, para expor seu pensamento, e o que testemunhei foi um show de
ignorância e fuga do tema por parte de todos, exceto, por parte de um membro da
FEIPOL NORDESTE e do presidente do SINPOLPI, Constantino Júnior, que se ateve
ao tema, tendo mostrado, inclusive, que no Piauí já houve o ciclo completo. Os militares que fizeram uso da palavra também fizeram
corar de vergonha a instituição polícia militar, e os oficiais que falaram na qualidade de
representantes de associações, além de fugirem do tema, mostraram-se frustrados
e desqualificados para o oficialato, o que me fez duvidar até da licitude do
concurso que os teria levado a ocupar o cargo público, principalmente, porque
sei que no Piauí de trinta anos atrás os policiais eram escolhidos pela patente
dos pais, se duvidam, por favor, busquem saber quem eram os pais dos coronéis que
têm hoje trinta anos de polícia e constatarão que a minha sustentação traz pelo
menos indício de verdade. Quanto à OAB, envergonhou-me a sua fala, conquanto,
verdadeira, único aspecto digno de aplauso, disse o seu presidente que a Ordem
foi pega de surpresa. Surpreso fiquei eu com tanta ignorância por parte de
todos, OAB, Ministério Público e Magistratura representada pelo presidente de
sua associação. Quanto ao representante dos delegados também nada houve que
trouxesse alguma luz ao assunto tratado. Por tudo que testemunhei posso afirmar
que mais uma vez estamos nas mãos dos deputados e senadores, muitos deles
policiais militares, como o Subtenente Gonzaga autor da pior proposta que tramita
na Câmara Federal, e que traz de forma velada, escondida mesmo, o fim da
Polícia Civil e a elevação dos Coroneis da Polícia Militar a uma espécie de Coronel-Delegado, não necessariamente com essas palavras, pois como eu disse, está
tudo muito bem escondido nas entrelinhas da maldita proposta do tal Gonzaga na PEC 431/2014.
Wagner Leite
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